Some desemprego, diminuição de renda, falta de planejamento e juros altos e o resultado é um só: a inadimplência. Dados do Serasa Experian apontam que até 2016 havia, no Brasil, 60 milhões de pessoas com o nome sujo na praça. Mas o que fazer para quitar as contas e sair do vermelho? Os economistas apontam que não há uma fórmula exata, no entanto, um pouco de sacrifício vai ajudar a eliminar os débitos.
No 1° semestre do ano passado, o número de endividados em Belém passou a representar 68% da população. Mais de um terço da renda mensal das famílias – 26,8% – é comprometido com dívidas e a dificuldade em administrar as finanças leva 36% da população à situação de inadimplência. Os dados são da 6ª Radiografia do Crédito e do Endividamento das Famílias Brasileiras, o mais recente levantamento divulgado pela Fecomercio-SP.
CREDIÁRIO
O motorista Paulo Sérgio Reis, de 47 anos, está desempregado desde 2015. Sem salário, não pôde pagar uma dívida de crediário em uma loja de departamento. Não deu outra: ficou com o nome sujo no comércio. Hoje, Paulo procura uma recolocação no mercado para quitar o débito. “Vou tentar negociar os juros. Mas agora não tenho como pagar”, afirma.
O mestre de obras Luiz Carlos Alves, 44, também ficou inadimplente. Mas se planejou e quitou seus débitos. “Pedi descontos. Eles tiraram os juros e paguei tudo”, lembra. Para não ficar novamente no vermelho, ele tomou uma decisão: “não tenho mais cartão de crédito e nem faço uso de cheque especial”, conta, aliviado, Luiz Alves. Já a dona de casa Elici de Souza, de 65 anos, nunca ficou com o nome sujo. Para ela, pequenos hábitos podem evitar os débitos. “Tento trocar produtos caros pelos baratos; economizar na energia e comprar apenas necessário”, ela destaca.
Para o diretor do Dieese/PA, Roberto Sena, o motivo principal da inadimplência é a crise econômica. Por outro lado, o economista afirma que falta controle no orçamento. “Neste momento, temos de priorizar o prioritário para não se endividar”, reforça. Sena acredita que a economia deva ficar mais equilibrada no 2° semestre, mas alerta que é bom apertar os cintos. “Faça uma planilha. Não compre sem dinheiro certo para pagar. Imponha um limite de compra no cartão de crédito”, aconselha.